Internet sem filtros: perigos para pais e crianças

Você deixaria seu filho a andar sozinho em uma praia? Mas deixa-lo sozinho navegando na internet não seria o mesmo?

Em um pouco mais de uma semana será celebrado no Brasil o “Dia dos Pais” e, como parte desse momento, iremos debater em nosso blog nos próximos dias assuntos relacionados à segurança cibernética que todo pai deveria refletir diariamente. Para iniciar a nossa conversa, vamos falar sobre a responsabilidade que eles (pais) têm sobre a segurança de seus próprios filhos online.

Leia também: Controle parental - filhos realmente precisam disso?

No fim do ano passado, o humorista norte-americano Seth Rogen, lançou uma animação chamada “Festa da Salsicha” que possui uma temática extremamente adulta, embora a princípio pareça ser apenas um desenho animado. Para se ter uma ideia, críticas da época feita pelo renomado site Omelete e mesmo o G1 apontaram para o fato de que a obra não era designada para o público infantil. Entretanto, no Brasil, a HBO vem transmitindo a animação com classificação para 16 anos durante o período da tarde, ou seja, qualquer pai desprevenido pode acabar deixando seu filho (acidentalmente) assistindo um desenho pornográfico sem nem perceber.

Na verdade, por ser uma TV à cabo, a HBO acaba por não ter a mesma exposição de um canal aberto e, portanto, com o uso de instrumentos que limitam o acesso a certos conteúdos televisivos nesses canais mais restritos, se torna muito mais difícil para uma criança vir a assistir um desenho desses na HBO. Mas, seria o mesmo na internet?

Conteúdo sem filtro

O universo online é um mundo sem filtro e, portanto, reproduz conteúdo sem filtro. Muitos Youtubers hoje em dia não possuem espaço na TV não pelo fato de eles não terem talento, mas porque a forma como falam e sobre o que falam, causaria um verdadeiro alvoroço e deixaria muito pai revoltado por ver seus filhos tendo acesso a palavrões, por exemplo.

Entretanto, se na TV ainda é possível filtrar o que as crianças assistem, na internet o único filtro são os pais.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Avast em julho deste ano com 1.800 pais no Brasil, cerca de uma em cada cinco crianças brasileiras já acessou algum tipo de conteúdo indesejado pelos pais na internet, sendo que duas em cada cinco acessaram conteúdo adulto e uma em cada cinco assistiu algo que promovia violência.

Por outro lado, a mesma pesquisa apontou para o fato de que apenas um em cada cinco pais, possui algum aplicativo de controle no smartphone para evitar o mal-uso do aparelho pelas crianças.

O que fazer

A evolução da tecnologia é um caminho sem volta, então o que fazer neste caso para proteger seus filhos? Proibir o uso da internet? Bem, isto é praticamente impossível nos dias de hoje, mas algumas coisas você pai, pode começar a fazer a partir de hoje:

- Procure limitar o acesso à internet a horários específicos, dessa maneira, a criança não ficará ociosa na frente da tela do computador levando-a a navegar por links e mais links que podem direcioná-la a algum conteúdo indevido.

- Na medida do possível, procure sentar ao lado da criança e acompanha-la online. Isso não se trata de vigia-la, mas de estar com ela. Assim como você a acompanha na rua ou em uma piscina, esteja lá para orienta-la.

- Procure por aplicativos online que possam ajudá-lo nessa missão. Existem apps que fazem o trabalho desde informar quais sites a criança visitou até a opção de bloquear o acesso à internet daquele aparelho, se necessário.

- Crianças estão mais suscetíveis a baixarem arquivos desconhecidos, sendo que muitos deles podem estar infectados com malware. Instale um antivírus no PC e no smartphone de seus filhos para evitar roubos de dados que podem levar a chantagens e bullying.

No mais, lembre-se que a vida online hoje em dia é uma expansão da sua vida offline e, portanto, requer o mesmo cuidado (e talvez até mais) que damos aos nossos hábitos diários.

E você? Como você tem lidado com o uso da internet por parte de seus filhos?

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