Na América do Sul, 34% das residências têm pelo menos um dispositivo inteligente conectado à internet. A média global é de 40%.
De Smart TVs a câmeras de segurança, aparelhos ligados à internet podem ser facilmente encontrados nas casas mais modernas. Um estudo recente feito pela Avast em parceria com a Universidade de Stanford mostra que uma grande parte das residências ao redor do globo conta com pelo menos um dispositivo desse tipo. Esse é o maior estudo já feito sobre a Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês) nas casas dos consumidores.
Ao todo, a Avast analisou 83 milhões de dispositivos IoT em 16 milhões de casas do mundo todo. O objetivo foi entender como está a distribuição global desses equipamentos no que diz respeito ao tipo e ao fabricante. Segundo a pesquisa, há variações significativas na popularidade dessas máquinas conforme a região do planeta analisada.
Principais descobertas
- A América do Norte tem a maior densidade de dispositivos IoT, com 66% das casas verificadas possuindo ao menos um equipamento desse tipo. A média global é de 40%.
- Na Europa Ocidental, 57% das casas têm pelo menos um aparelho IoT, contra 26% no Leste Europeu.
- O Leste Europeu conta com substancialmente mais aparelhos de vigilância do que o ocidente da Europa. Nas casas com três aparelhos IoT, o número de dispositivos de segurança salta de 5% para 13%.
- No sul da Ásia, dispositivos de segurança respondem por 54% de todos os aparelhos da região, sendo que na América do Norte, esse montante fica na casa dos 4%.
- Na América do Sul, um número significativamente menor de residências conta com dispositivos IoT. Nessa região, 34% das casas têm ao menos um aparelho conectado à internet.
- No norte da África e no Oriente Médio, dispositivos de mídia, como Smart TVs e players de música, representam 35% dos dispositivos IoT.
O estudo revela ainda que 7% dos dispositivos IoT e 14% dos roteadores domésticos suportavam serviços FTP ou Telnet. Esses são dois dos protocolos mais comuns e vulneráveis usados na transferência de arquivos pela internet. Ambos geralmente usam credenciais de acesso muito fracas. Para se ter uma ideia, a dupla “admin/admin” para conectar os aparelhos à internet (referindo-se ao nome do usuário e à senha respectivamente) é absurdamente usada em 88% das credenciais FTP e em 36% da Telnet dos dispositivos analisados.
Em termos regionais, há uma grande disparidade no que diz repeito à vulnerabilidade dos dispositivos IoT. A América do Norte, por exemplo, conta com o menor número de aparelhos Telnet suscetíveis a ataques de hackers, enquanto a Europa Ocidental tem apenas 14% de dispositivos FTP com credenciais fracas. Mesmo assim, o estudo mostra que mais de 55% dos dispositivos FTP da África Subsaariana estão inseguros, e mais da metade de aparelhos semelhantes usados no sudeste da Ásia conta com uma senha frágil.
A chance de ter credenciais de acesso fracas pode estar ligada a uma postura de segurança inadequada em algumas regiões.
“O número de dispositivos IoT no mundo já ultrapassou o da população, e essa marca só tende a aumentar. Como nossas vidas se tornam cada vez mais ligadas a esses aparelhos, é preciso melhorar a segurança dessas máquinas”, afirma Deepali Garg, cientista de dados senior da Avast.
Em uma próxima postagem, vamos analisar de perto os fornecedores de IoT, quais são as empresas que estão fazendo esses aparelhos e em quais partes do mundo.