Empresas de tecnologia investem pesado para impedir a disseminação de notícias falsas. Qual é a nossa parte nessa guerra?
É verdade que quando a batalha é pela influência na opinião pública mundial, temos pouco a fazer. Mas o que pensar quando se trata de não vivermos em uma bolha e de sermos iludidos por propaganda ideológica, sermos levados pelo “efeito boiada” ou fazemos papel de palhaço ao compartilhar algo com nossos amigos e familiares?
O Facebook, nos feeds de notícias, e o Google, nos resultados de buscas, estão lutando por identificar automaticamente – por inteligência artificial e aprendizado de máquina – notícias falsas que comprometem a sua imagem como empresas digitais.
É cada vez mais comum obter informações através das redes sociais. Como tendemos a ter amigos e contatos que compartilham nossa visão sobre os trending topics, podemos receber informações de fontes falsas sem desconfiar. Se isso ocorre com frequência, o compartilhamento traz o “efeito boiada”, onde um aceita e todos vão atrás. É por isso que as notícias falsas tendem a viralizar, seja pelo conteúdo chocante ou por se tratar de uma celebridade.
Em geral, por trás das notícias falsas está apenas o interesse financeiro de gerar tráfego em um site ou blog e obter vantagens junto às redes de propaganda, ainda que mais raramente, pode haver algumas com objetivos de prejudicar uma determinada pessoa ou grupo.
Por enquanto, equipes internas das empresas analisam os fatos e traduzem esse esforço em medidas para proteger os usuários e penalizar os editores de notícias falsas. Em geral, a relevância da postagem é diminuída e vão ficando para trás no feed de notícias ou na lista de resultados de uma busca. Além disso, tanto o Facebook quanto o Google News têm mecanismos para impedir que o conteúdo seja “patrocinado” e disseminado entre muitas mais pessoas.
Outra medida que estão adotando é contar com empresas especializadas para analisar as postagens com maior relevância e alcance ou aquelas que estão sendo mais procuradas. De qualquer forma, todo esforço manual deve levar a uma melhoria dos algoritmos que fazem o mesmo com a mesma ou maior precisão, automaticamente.
A tecnologia e a segurança também não estão isentas do problema. Com os recentes ataques do ransomwares Petna (ou Petya), muitas das informações publicadas estavam baseadas em suposições, talvez até no afã de publicar um “furo de reportagem” ou de ganhar espaço nas redes sociais. Não só informações técnicas, mas também a motivação dos cibercriminosos, os alvos, quem estava por trás dos ataques... É uma pena e um desserviço aos usuários e à sociedade.
Dicas para não compartilhar notícias falsas
Desconfie de manchetes apelativas, chocantes ou com erros de ortografia.
Confira atentamente o endereço da fonte (site) e se ele é legítimo/oficial.
Verifique a mesma notícia nos sites de notícias oficiais (e em outras mídias).
Fique atento a fotos e vídeos retirados do contexto só para provocar riso, raiva ou indignação.
Procure outras fontes confiáveis: fatos são mais importantes do que comentários e conclusões precipitadas.
Pare, pense, compartilhe. Antes de compartilhar algo que recebeu dos seus amigos: pare, pense nas 5 regras acima e, só depois, compartilhe.