Como identificar “fake news” e prevenir que se espalhem.
Embora a internet seja uma ferramenta maravilhosa para expressar sua opinião instantaneamente, está se tornando cada vez mais evidente que as pessoas confundem opiniões com fatos concretos e comprovados e assim espalham as “fake news”. Muitos sites são incentivados a atrair cliques de uma maneira instintiva. Além disso, você já compartilhou uma notícia que você nem leu na íntegra? Quando você decidir compartilhar ou “curtir” uma história, talvez deva pensar duas vezes do que ela se trata e se vale a pena compartilhá-la. Somos nós que zelamos pela qualidade do conteúdo que colocamos e divulgamos em nossa rede.
“Fake news”: o que é isso, na prática?
Muitas pessoas usam o termo “fake news” nos últimos anos, mas elas realmente sabem do que se trata? O termo tem sido usado sem nenhum critério e precisa ser examinado melhor. As “fake news” sensacionalistas costumam ser usadas para gerar cliques em uma página da internet e melhorar a receita com anúncios. Também são usadas para influenciar o pensamento público. Apesar de você provavelmente rir e desconsiderar os tabloides que proclamam a existência de um menino morcego, a internet pode ser um pouco mais sutil. O que fazer quando até organizações confiáveis como a New Yorker usam colunas de notícias satíricas para obter cliques rápidos? Se estudassem um pouco, os humanos poderiam conseguir identificar as “fakes news” online. Vamos ver alguns exemplos fantásticos de algumas das últimas notícias fabricadas.
Houve um transplante de cabeça humana?
Não, não houve, relata o Guardian. Depois que o médico italiano Sergio Canavero afirmou estar realizando essa operação, histórias sobre um transplante de cabeça bem-sucedido circularam em vários sites de “fake news”. Se você visse essa notícia, você clicaria nela? Aqui você tem uma bela “fake news”.
Algumas notícias falsas são claramente absurdas, enquanto algumas delas ficam um pouco mais próximas da realidade. Depois que o controverso quarterback, Colin Kaepernick, tornou-se o rosto de uma grande campanha da Nike, essa notícia sobre Michael Jordan ganhou muita força. E sabe o quê? A Politifact a desmentiu.
Michelle Obama abandonou Hillary Clinton no Twitter?
Desculpem, fofoqueiros, mas não, ela não abandonou. Mas essa notícia chegou até às principais notícias da Fox News. Este é um exemplo de notícia notoriamente falsa que foi propagada para influenciar as eleições de 2016 nos EUA.
Fonte: Your News Wire (agora removido)
Me engane mais uma vez: “Fake news” em 2016
Após as eleições de 2016 nos EUA, muita controvérsia surgiu sobre o papel que a empresa privada Cambridge Analytica desempenhou ao influenciar a opinião pública através das mídias sociais. O que aconteceu aqui não foi tanto uma invasão, como foi noticiado nas mídias convencionais, mas um aproveitamento de informações que os próprios usuários deram (embora inconscientemente) ao Facebook. Isso levou ao direcionamento psicológico de anúncios que eram mais ou menos propaganda, com pouca relação com a realidade. “Fake news” foram compartilhadas entre todas as faixas etárias, mas especialmente entre as pessoas de 65 anos ou mais.
Não me engane novamente: os governos reagem
Do mesmo jeito que a liberdade de expressão pode ser usada para o bem ou para o mal, a crescente democratização da expressão na internet também é boa e ruim. Desde as eleições de 2016, muitos políticos americanos propuseram leis para limitar a interferência eleitoral pela internet, ou seja, para combater a disseminação de “fake news”. Mas, como os interrogatórios do Facebook em 2018 perante o Congresso demonstraram, muitos políticos têm dificuldade de entender completamente a regulamentação da internet. E, à medida que as próximas corridas eleitorais se aproximam, essa luta continua insuficiente. Como Alexandre Alaphilippe da EU Disinfolab disse: “eles estão lutando contra a desinformação de amanhã com as ferramentas de ontem.” A boa notícia é que a resistência inteligente pode vir de baixo para cima.
Em suma, a questão é dupla: você deve ser escrupuloso em relação ao que lê online e também limitar as formas em que os sites como o Facebook podem ser usados para te alvejar psicologicamente. Aprenda mais sobre as configurações do Facebook aqui.
Pense antes de compartilhar: seis dicas
Leve isso em consideração quando estiver navegando no oceano digital e se deparar com uma notícia chamativa que talvez queira compartilhar.
Qual é a fonte da notícia? Você já ouviu falar, e parece ser confiável? A notícia é séria ou satírica?
Ela não é apenas uma manchete chamativa? Essa manchete corresponde à história apresentada? Veja se existe realmente uma história e suspeite se a notícia for curta e parece sem embasamento.
A notícia está exagerando nos medos que são estranhamente parecidos aos seus? Você pode ter sido segmentado com base no seu histórico de pesquisa e agora está sendo direcionado a artigos falsos criados para assustar você.
É atual? Verifique a data para garantir de que você não está prestes a enlouquecer (e enlouquecer os outros) por causa das notícias de dois anos atrás, sejam elas reais ou falsas.
Cuidado com cliques no artigo, se há links, eles podem ser golpes de phishing ou redirecionar você a um site que poderia ser falso e infectar o seu dispositivo.
Verifique as notícias em sites confiáveis, como factcheck.org, que se dedicam a desmentir falsidades na internet.
Acha que consegue reconhecer “fake news”? Faça este divertido teste.
Se as redes sociais vão crescer e prosperar pela disseminação de conteúdo atraente, então não deixe que esse conteúdo seja falso. Embora você nem sempre tenha tempo para pesquisar tudo o que encontrar, se puder aplicar algumas dessas dicas, você terá uma melhor experiência online. O ecossistema online pode melhorar quando as pessoas espalham noticias que agregam valor (como essa, é claro).