Bloqueadores de anúncios têm um papel importante na proteção da nossa privacidade e na experiência de navegação
Tecnicamente falando, bloqueadores de anúncios não bloqueiam anúncios em si, mas sim os pedidos web que baixam conteúdo em um navegador. Em outras palavras, bloqueadores de anúncios impedem que anúncios sejam baixados no navegador, permitindo o carregamento mais rápido de páginas web e oferecendo uma experiência de navegação mais agradável.
A tecnologia de um bloqueador de anúncios depende de listas simples, chamadas listas de filtragem. São elas que determinam o que deve ser bloqueado e permanecer oculto ou ser exibido nas páginas visitadas. Elas são listas de URLs em formas de “allowlist” (lista de permissão) ou “blocklist” (lista de bloqueio).
Ao visitar um site, o bloqueador de anúncios verifica rapidamente se determinado site está em uma dessas listas de filtragem. Se estiver, o pedido de conteúdo externo é bloqueado e o anúncio não é baixado na página web. Em resumo, a tecnologia do bloqueador de anúncios abrange uma série de regras estabelecidas nessas listas de filtragem que determinam o que deve ser bloqueado ou não nas páginas visitadas.
Listas de filtragem são mantidas por comunidades não afiliadas aos desenvolvedores dos bloqueadores de anúncios ou empresas de publicidade.
Exemplo de listas de filtragem
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A resposta curta é que as empresas usam anúncios como parte das suas atividades promocionais e apresentar suas ofertas aos usuários, e assim gerar vendas e receitas. A publicidade desempenha um papel diferente em cada estágio do processo de marketing, o que permite a uma empresa aumentar a conscientização sobre um produto ou serviço.
Sem anúncios, não seria possível comprar seus produtos ou marcas favoritas, acessar serviços sob demanda ou realizar as férias dos seus sonhos.
Anúncios deveriam ser benéficos tanto para os anunciantes quanto para os consumidores. Como mencionado anteriormente, as empresas podem promover suas ofertas por meio de publicidade. Por outro lado, consumidores podem acessar as informações necessárias sobre produtos disponíveis, promoções e concorrência para tomar uma decisão bem informada.
Há diversas razões que fazem com que os anúncios se tornem indesejados e ganhem má fama.
A primeira e principal é que anúncios se tornaram um exagero da realidade. Segundo, as necessidades e preferências dos usuários evoluíram de certa forma que os anúncios precisam não apenas representar a realidade e a verdade, mas também precisam ser intuitivos, relevantes aos valores e desejos das pessoas e serem divulgados no canal de comunicação e horário apropriados.
Infelizmente, os criadores de anúncios tendem a focar mais em atrair os olhos dos consumidores ao invés de criar engajamento. Isso resulta em anúncios altamente disruptivos, propagandas irritantes, publicidade que oferece uma péssima experiência ao usuário. Seguindo nesta linha, a maioria dos anúncios são tão pesados para uma página web, que o carregamento dos sites fica muito demorado, criando uma péssima experiência de navegação.
Em terceiro lugar, alguns anúncios também utilizam tecnologia de rastreamento e monitoramento comportamental que traçam o perfil dos usuários nos sites visitados, com o download de arquivos nos computadores dessas pessoas. Esses métodos podem ser explorados facilmente por ataques externos com o objetivo de ganhar acesso a informações sigilosas dos usuários, tornando-se um vetor de roubo de identidade e coisas dessa natureza.
Para concluir, hoje os anúncios são percebidos como uma invasão de privacidade e um risco de segurança. Criadores e provedores de plataformas de anúncios precisam desenvolver formas inteligentes para exibir os anúncios certos, no lugar certo e na hora certa. Além disso, eles devem pedir permissão antes de ativar qualquer tecnologia de rastreamento e monitoramento.
Na medida em que plataformas de publicidade continuam a utilizar tecnologia de rastreamento e monitoramento comportamental, bloqueadores de conteúdo e de anúncios deixam de ser apenas uma moda. Agora eles são uma necessidade para a proteção da privacidade, que também ajuda a melhorar a experiência de navegação.
Mas bloqueadores de anúncios podem não ser a resposta para todos os males. No fim das contas, todos querem conteúdo altamente personalizado conforme suas preferências e necessidades específicas. Para que isso ocorra, as empresas precisam acessar certas informações para criar esses conteúdos e produtos altamente personalizados. Por outro lado, as empresas devem respeitar os consumidores e implementarem formas não disruptivas e não intrusivas de acesso às informações dos usuários, sem invadir a privacidade de ninguém.
Algumas empresas vem tentando lidar com esses problemas e controvérsias com o desenvolvimento de diversos contratos que envolvem a criação, o formato e a exibição de anúncios. Há dois comitês bem conhecidos: o Comitê de Critérios de Anúncios Aceitáveis (AAC)* e a Coalizão para Melhores Anúncios (CBA)*.
Anúncios Aceitáveis é uma iniciativa que foi lançada em 2011 pela Eyeo, a empresa por trás do Adblock Plus. A iniciativa tem o objetivo de melhorar o ecossistema da publicidade digital, tornando-o mais sustentável. O critério para Anúncios Aceitáveis foi desenvolvido inicialmente pela Eyeo in 2012, e contou com um pouco de participação dos usuários do Adblock Plus. Mas a iniciativa foi entregue ao AAC, que foi estabelecido em 2017.
O AAC desenvolveu e aprimorou os critérios iniciais do CBA, que são seguidos por membros do ecossistema para que os anúncios fiquem menos invasivos e irritantes. O AAC identificou três categorias principais de “anúncios aceitáveis”.
Por outro lado, a CBA foi formada em 2016 por diversas associações de classe e empresas do setor midiático, como Google, Microsoft, Facebook, Unilever e a Associação Americana de Agências de Publicidade.
A coalização foi formada para entender as preferências dos consumidores e atender suas expectativas dentro do ecossistema da publicidade digital. Isso é importante, já que o modelo de negócio online é mantido por anúncios. Publishers dependem de anúncios para bancar a criação de conteúdo e garantir que seus usuários possam acessá-los gratuitamente.
Infelizmente o surgimento de formatos intrusivos e disruptivos, como pop-ups e anúncios grandes demais, frustram e criam uma péssima experiência de navegação aos usuários, o que leva ao aumento no número de bloqueadores.
Os critérios para melhores anúncios são baseados em pesquisa elaboradas, ideias de consumidores e expertise de diferentes indústrias no que se refere aos formatos dos melhores anúncios para identificar quais deles têm mais chance de levar o consumidor a instalar bloqueadores.
A CBA identificou 12 experiências de anúncios que foram consideradas por usuários como os menos favoráveis e os mais favoráveis a levá-los a implementar um bloqueador de anúncio.
Alguns exemplos bem conhecidos incluem a execução automática de vídeos com som (outstream), anúncios animados em flash e anúncios expansíveis de tela cheia.
A principal diferença entre os dois modelos é que a CBA foi desenvolvida por associações de classes e empresas do setor midiático. Essas entidades realizaram pesquisas para estabelecer quais formatos de anúncios devem ser evitados para reduzir o número de instalação de bloqueadores de anúncios. Do outros lado, o AAC foi desenvolvido utilizando pesquisas com usuários de bloqueadores de anúncios para descobrir quais deles são aceitáveis.
O único propósito de ambos os comitês é proteger a experiência do usuário enquanto garantem que publishers e criadores de conteúdos possam monetizar seu tráfego de forma sustentável com a manutenção de conteúdo grátis.
Mesmo que tenhamos discutido os aspectos negativos da publicidade online, é importante lembrar que as tecnologias dos bloqueadores de anúncios também têm aspectos negativos.
Um bloqueador potente pode quebrar o design de alguns sites e prejudicar a experiência de navegação. Como os bloqueadores de anúncios bloqueiam conteúdo indesejado encontrado dentro dos sites, ele pode provocar inconsistência e impossibilitar o acesso a sites que contenham cookies e outros métodos de rastreamento. Bons exemplos são a Amazon.com, Google, Bing, Yahoo.com e muitos outros sites dos quais esperamos e até exigimos que nos sirvam com informação relevante e resultados baseados em nosso histórico e preferências.
Infelizmente bloqueadores de anúncios quebram essa experiência que os usuários já estão acostumados.
Outro exemplo que pode ser percebido como não sendo tão positivo são as redes sociais. Infelizmente as redes sociais não permitem o acesso a seus sites com um bloqueador de anúncios. Isso leva a outras discussões e debates políticos sobre o poder das redes sociais e como elas têm moldado a vida das pessoas.
Saiba mais: será que você precisa de um bloqueador de anúncios?
Na Avast, estamos comprometidos com a criação de produtos únicos que protegem sua privacidade e oferecem uma navegação segura pela web, sem disrupção. Por isso, temos um bloqueador de anúncios integrado que foi desenvolvido com a tecnologia uBlock. Atualmente estamos trabalhando na nova versão do bloqueador para proteger você e melhorar sua experiência de navegação ainda mais.
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* Original em inglês.
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