Os ataques virtuais evoluíram de problemas pessoais a emergências globais, mas a inteligência artificial e a nuvem podem nos proteger.
À medida em que todas as partes do mundo cibernético (laptops pessoais, computadores empresariais, smartphones, assistentes digitais, TVs, aparelhos), ficam mais conectadas, elas também nos tornam mais vulneráveis a ataques virtuais.
Tanto no nível individual quanto no corporativo, os ataques virtuais se tornaram um grande negócio, o que por sua vez tornou a segurança cibernética também um grande negócio. A empresa de pesquisa Gartner estima que US$ 96 bilhões serão gastos em segurança da informação em 2018, um aumento de 8% em relação a 2017.
As ameaças virtuais costumavam ser muito pessoais. Apenas um indivíduo, ou um pequeno grupo de pessoas, tentava invadir um dispositivo, sistema ou serviço, às vezes enviando um vírus ou derrubando um site, mais com a intenção de mostrar que isso podia ser feito.
Atualmente, o crime cibernético é altamente lucrativo, envolvendo a venda de dados roubados ou espionagem corporativa ou política. “O crime cibernético é atualmente uma operação industrializada e, para alguns países, parte importante do trabalho de espionagem e guerra virtual em que estão realizando”, explica Rajarshi Gupta, VP de Ciência de Dados da Avast.
O alvo principal dos ataques virtuais costumavam também ser mais previsíveis. O PC era o foco principal, com os cibercriminosos tentando explorar os pontos fracos no sistema operacional para obter acesso. Agora, com o aumento dos smartphones, dispositivos da internet das coisas (IoT) e serviços baseados na nuvem, há várias maneiras novas para um criminoso cibernético se infiltrar numa rede.
Produtos inteligentes como câmeras Wi-Fi, fechaduras, refrigeradores e TVs são especialmente atraentes para os cibercriminosos atuais. Como Gupta explica, especialmente problemáticos para os especialistas em segurança cibernética, pois a maioria deles é construída por empresas focadas no produto e não por especialistas em segurança de rede. “A próxima grande fronteira da segurança cibernética será proteger a internet das coisas. Com milhões de dispositivos conectados na internet, protegê-los contra cibercriminosos em qualquer lugar do mundo é o maior desafio do setor”, diz Gupta.
O CEO da Avast, Vince Steckler, acrescenta, “ameaças de segurança cibernética são um grande problema e estão sempre mudando de alvo, com cibercriminosos inteligentes tentando superar permanentemente o setor de segurança”. Isso significa que os profissionais de segurança devem encontrar maneiras mais eficientes de proteger seus clientes.
Para a Avast, a automação é fundamental para enfrentar qualquer desafio que os cibercriminosos criarem. “A segurança cibernética é muito automatizada atualmente”, explica Gupta. “A segurança cibernética antes era feita em grande parte por humanos e, agora, a maior parte dela é feita por computadores”. Tecnologias como inteligência artificial, análise de Big Data e processamento na nuvem trabalham em conjunto para analisar e proteger contra ameaças em grande escala.
“Nosso crescimento foi impulsionado por nossa maneira exclusiva de proteger os consumidores”, diz Steckler. “Ela está na nuvem, usando aprendizagem de máquina, o que nos permite dimensionar para uma base incrível de centenas de milhões de usuários”.
Ao reunir os dados na nuvem, a Avast pode analisar informações muito mais rapidamente para encontrar ameaças existentes. Enquanto isso, a inteligência artificial pode examinar os dados para procurar por tendências e comportamentos incomuns que poderiam escapar do radar. A análise de Big Data ajuda a Avast a criar patamares e referências para definir o que é normal e esperado, o que ajuda a inteligência artificial a detectar anormalidades.
Todos os meses, o Avast Security Cloud pesquisa centenas de bilhões de URLs e centenas de milhões de novos arquivos quanto a anormalidades. Quanto mais rápido essas anormalidades são detectadas, mais rápido a empresa pode reagir a elas.
“Hoje, a segurança cibernética diz respeito à criação de máquinas muito inteligentes que podem identificar e bloquear ataques, com muita rapidez”, explica Gupta. “Com o poder da inteligência artificial, podemos ampliar nossa capacidade e ficar à frente dos cibercriminosos”.
Nota: este artigo está baseado em dois artigos publicados anteriormente no site Reuters Plus.